A andreense ONG Ficar de Bem atende crianças e adolescentes vítimas de violência, por meio de acompanhamento de uma equipe multidisciplinar com foco na proteção e combate da violação de direitos de crianças e adolescentes. Para manter os atendimento sociais, a instituição promove ações para angariar recursos financeiros e, neste mês, ocorrerá o brechó de Carnaval na sexta-feira, 18 de fevereiro, das 10h às 17h, na Rua Humberto Olivieri, 114, em Santo André. O público poderá adquirir qualquer peça à venda por R$5, além de auxiliar a manutenção dos atendimento mensais realizados pela Organização da Sociedade Civil.

Outra campanha é a de Imposto de Renda que convida pessoas físicas e jurídicas a doar parte da declaração ao Fundo Municipal Dos Direitos Da Criança e Do Adolescente, que pode ser destinado diretamente ao Ficar de Bem no ato do preenchimento no sistema de Imposto de Renda. Os valores arrecadados nas ações da OSC são revertidos para manutenção dos atendimentos e ao projeto de aluguel de espaço no centro de Santo André, que tem intuito de acolher mais crianças e adolescentes. Ao todo, para dar start a OSC precisa de aproximadamente R$ 425 mil para dois anos de gastos.
“Nossa missão é transformar a vida de crianças e adolescentes, protegendo-os de situações de risco e violações de direitos, tendo como principais valores: Respeito, Ética, Coragem e Empatia”, afirmou Roberta Martins Gonçalves, responsável pelo desenvolvimento institucional.
Casos de violência contra crianças e adolescentes
A sequência de casos de agressões, violência e mortes de crianças no Brasil chama a atenção para um problema velado, que ocorre dentro dos lares. Além de tudo com a pandemia, as famílias passaram a ficar mais tempo em casa, na qual contribuiu para o aumento dos casos de violência infantil.
Segundo dados da UNICEF nos últimos cinco anos, 35 mil crianças e adolescentes foram mortos de forma violenta no Brasil. Além disso, nos últimos quatro anos, 180 mil meninas e meninos sofreram violência sexual no país. Os dados são de levantamento inédito que traz um panorama da violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil.
Em 2020, o Disque 100, serviço do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, registrou 95.247 denúncias contra 86.800, em 2019, quando não havia pandemia. Os números representam uma média de 260 queixas ao dia não só por tortura, agressões físicas e psicológicas, mas também por negligência. Por hora, a média é de quase 11 denúncias.
Já em 2021 a violência contra crianças e adolescentes atingiu o número de 50.098 só no primeiro semestre. Desse total, 40.822 (81%) ocorreram dentro da casa da vítima. Mais de 93% das denúncias (30.570) são contra a integridade física ou psíquica da vítima. Os registros da Ouvidoria contaram 7.051 restrições de algum tipo de liberdade ou direito individual da criança e do adolescente. Além de 3.355 vítimas de violação dos direitos sociais básicos, como proteção e alimentação.
Ações da Ficar de Bem
Ao longo dos últimos anos, a ONG Ficar de Bem fez mais de 120.000 atendimentos, realizando mais de 350.000 intervenções domiciliares, orientações e oficinas de prevenção aos maus tratos e abuso sexual infantis. Ao todo, mais de 45.000 pessoas passaram pelos programas de prevenção.
“As consequências geradas por essas violências refletem na vida adulta das vítimas, que levarão esse trauma de infância pelo resto da vida, prejudicando sua evolução social. Por esse motivo é tão importante a rápida resolução dos casos e a busca por serviços de saúde para o atendimento da criança e adolescente junto a profissionais de saúde competentes para uma melhor avaliação, garantindo o tratamento adequado e as medidas de proteção para a criança e para o adolescente, por isso tem sido tão importante o papel social cumprido pela OSC Ficar de Bem”, salientou Roberta.
Atualmente, a instituição possui núcleos nos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, através de parcerias firmadas com o Poder Público, possibilitando, assim, a ampliação no atendimento à comunidade: crianças, adolescentes e suas famílias passaram a ser atendidos de forma sistemática, buscando o rompimento da violência e promovendo relações de cuidados.
Saiba mais e veja como ajudar!
Informações detalhadas e imagens: ONG Ficar de Bem