Hebe Camargo, Dandara, Tarsila do Amaral, Chiquinha Gonzaga, Princesa Isabel, Leila Diniz, Rita Lee, Zilda Arns Neumann, Anitta Garibaldi, Elza Soares, Maria da Penha, Carmen Miranda, Irmã Dulce, Chica da Silva são homenageadas pelo artista Dilson Cavalcanti, em referência às personalidades femininas mais significativas do cenário brasileiro. As obras foram inspiradas na famosa “Monalisa” de Leonardo da Vinci, em um exercício de colagem visual com recortes de determinadas áreas de suas pinturas, na qual agrega a série de trabalhos denominada “MONALISAS BRASILEIRAS”.
A exposição tem data marcada para sábado, 21 de agosto, a partir das 14h, na Pinacoteca de São Bernardo do Campo ( Rua Kara, 105, Jardim do Mar, São Bernardo do Campo, SP). A composição artística reúne cartazes/lambe-lambe de 140 x 100 cm e cada um ocupará aproximadamente 100m² de uma das faces externas do ambiente cultural do Grande ABC.
“Sem dúvida é um privilégio e emoção estar na parede da Pinacoteca de São Bernardo. O fato de utilizarmos um material simples que é o Lamb, me deixa muito feliz também, pois essa coisa pop é muito acessível, de fácil compreensão às pessoas. Acho que a cidade de São Bernardo vai ganhar muito com esse projeto, bem como as cidades em seu entorno. O aproveitamento na educação, para as escolas, por exemplo, pode ser útil para que meninos e meninas possam conhecer mulheres fortes, determinadas, lutadoras, cujos legados todos nós trazemos na alma. Enxergar o valor e a identidade das brasileiras é um desafio aos seus filhos da pátria e para cada um de nós”, relatou Cavalcanti.
Com curadoria de Rubens Pontes, o artista Dilson recebeu o “PRÊMIO PROJETOS INÉDITOS CULTURAIS – ARTES URBANAS” da Lei Aldir Blanc pela obra exposta a primeira vez em 2019, na Exposição do Metrô Trianon MASP, em São Paulo.
A criação
Diante de suas histórias, MONALISAS BRASILEIRAS reverencia o ícone e a simbologia de algumas das mulheres transformadoras em suas épocas, trazendo a memória de algumas, cuja relevância é indiscutível para a História e Cultura do país. A pesquisa foi realizada a partir da índia Catarina Paraguaçu, nascida por volta de 1500, logo após a chegada dos colonizadores portugueses em terra brasilis.
Para saber, seu pai, o cacique Taparica, a teria oferecido em casamento ao náufrago português Diogo Álvares, o Caramuru. A índia tinha forte poder de articulação e bastante influência sobre o marido, e tinha também, sonhos premonitórios. Reza a lenda que ela sonhara com uma mulher, náufraga, com uma criança em seu colo, e teria convencido o marido a promover uma verdadeira varredura na orla próxima, onde viviam, para tentar resgatar a mulher do sonho. Muitos náufragos foram resgatados, mas nenhuma mulher.
Ela teria voltado a sonhar e pediu que construíssem uma casa para esta mulher, em sua aldeia. Em pouco tempo foi encontrada uma imagem da virgem Maria com o menino Jesus nos braços. Cada uma das “Monalisas” tem um legado, tal como a contemporânea Elza Soares e outras tantas.
“Assim nasceu o projeto “ Monalisas Brasileiras” , para que, nos 500 anos de morte de Da Vinci, sua mais famosa obra fosse usada para dar destaque a personalidades brasileiras transformadoras da época e de suas histórias de vida”, comentou Dilson.
O Artista Plástico
Dilson Cavalcanti nasceu em outubro de 1955, no pequeno município pernambucano de Tupanatinga, mas mudou-se com a família para São Paulo, antes de completar dois anos. Estudou Marketing, Administração, Relações Públicas, trabalhou com moda, comércio e varejo de produtos promocionais, mas um dia, a arte acabou descobrindo Dilson Cavalcanti. “Há 15 anos eu fui me descobrindo artista, e deixei que uma espécie de intuição, naquele momento, se expressasse”, lembrou.
A arte abstrata sempre foi objeto de interesse e foi assim que suas obras se manifestam. Cavalcanti se lança sobre as cores primárias e secundárias e elas é que dão o valor artístico na obra acabada. “Hoje eu tenho uma inquietação de explorar diferentes materiais onde essa expressão artística possa se manifestar, mas em geral, a tinta acrílica, água, esponjas, pincéis, espátulas e até rodo de estamparia, são usados como materiais de trabalho. Além disso, temos ainda, os recursos gráficos digitais, estes, usados nas Monalisas”, afirmou.
Na medida em que o trabalho foi evoluindo, Cavalcanti sentiu que precisaria de mais para prosseguir na criação artística, do que simplesmente sua intuição. Era necessário buscar estudos e formação, que tiveram início com o professor e pintor Rubens Pontes. “Os artistas que penso ter ligação e inspiração são, Kandinsky, Pollock, Richter, Mondrian, Rothko, Paul Klee”, salientou.
A primeira foi uma obra criada por causa de um sonho, na qual o artista buscava ajuda de uma amiga pintora para realizar o trabalho. A tela nasceu “modernista” e já veio com uma colagem, tem 1,30 x 0,90 cm. “Eu já tinha 50 anos quando houve essa descoberta pela arte, e até então, eu nunca havia pintado antes. Hoje, às vezes, me surpreendo quando me dou conta de que já participei de mais de 50 exposições, inclusive internacionais, acho que umas quatro ou cinco. Fico feliz de enxergar que meu trabalho evoluiu muito, pois hoje busco manter atividades que tragam conteúdos de valor, não só para a minha obra, mas para a gestão desse processo criativo. Sempre faço cursos, busco mentorias e permanentemente, me empenho em participar de exposições”, contou.
Serviços:
Exposição: “Monalisas Brasileiras”
A partir de 21 de agosto de 2021, às14hs.
Sobre: Instalação dos cartazes/lambe-lambe de 140 x 100 cm cada que ocupará uma área de aproximadamente 100m² de uma das faces externas da Pinacoteca de SBCampo.
Local: Pinacoteca de São Bernardo do Campo (Rua Kara, 105, Jardim do Mar, São Bernardo do Campo, SP)
Informações: @dilsoncavalcanti._artista
MULHERES 20 (CLIQUE E VEJA AS MONALISAS BRASILEIRAS)
Fotos: Enviadas por Dilson Cavalcanti