Na ausência de uma vacina para combater o coronavírus, o futuro do cinema como conhecemos é incerto
Tem sido difícil para o colunista de cultura pop escrever nessas últimas semanas. Os maiores destaques dos grandes portais de notícias do mundo têm sido um só: Coronavírus. Obviamente, a indústria do entretenimento sofrerá um grande impacto. Redes de cinema estão contando os dias para reabrirem as portas e os grandes estúdios possuem filmes prontinhos para serem exibidos, mas, nessa equação entre salas de cinema e filmes existe uma incógnita, e essa incógnita é nada mais nada menos que o…PÚBLICO.
Sim cara leitora e caro leitor, entrar numa sala cheia de desconhecidos sob o mesmo ar condicionado pode vir a ser um dos passeios mais perigosos na sociedade pós-coronavírus. É triste imaginar que, até que se descubra uma vacina, uma simples ida ao cinema possa ser motivo de medo, e aflição.
A sala escura, o projetor e a tela grande são invenções da humanidade que proporcionaram, ao longo dos anos, um número infinito de histórias. Diretores que amamos passaram a fazer filmes porque iam aos cinemas, casais se apaixonaram porque havia uma sessão para eles irem no cinema, quantas lágrimas não se despediram dos nossos olhos enquanto a luz do projetor refletia as emoções de um drama, e as inúmeras risadas e gargalhadas que ecoavam pelas salas de cinema mundo afora. Tudo isso agora está em xeque!
Os filmes
Os serviços de streaming são ótimos e muito vantajosos quando se analisa o custo mensal de assinatura e a quantidade de opções dos catálogos. Afinal, poder assistir do seu sofá vestindo pijamas sob a coberta, então, nem se fala. Mas, o hábito de ir ao cinema segue sendo uma experiência única. As conversas com amigos durante os créditos que se estendem após a sessão, se tiver uma pizza, fica ainda melhor. É como caminhar e andar de bicicleta, ambos fazem bem à saúde, mas são atividades diferentes e que fazemos de formas diferentes.
Escrever sobre cinema pode até soar insensível nos dias atuais, afinal, famílias estão perdendo seus entes queridos e milhares de pessoas estão pensando em como vão colocar comida na mesa. Não me interpretem mal, de tudo que o coronavírus está fazendo com a nossa sociedade deixar de ir ao cinema não é nada, não é nada mesmo.
As normas de distanciamento social servem para nos proteger e se para nos proteger tivermos que deixar para trás, ainda que momentaneamente, as sensações que nos divertiam e nos emocionavam numa sala escura é mais do que compreensível. Perder o cinema como conhecíamos é só mais uma derrota dentre tantas outras que estamos sofrendo para esse vírus, mas, mesmo assim, é uma derrota dolorosa
Foto: retirada da internet