Luta antimanicomial e o legado da Dra. Nise da Silveira serviram de inspiração para o espetáculo Ouvindo Vozes que encerrou recentemente sua última temporada em São Paulo
Com encenação e direção de Marta Baião, dramaturgia de Lucaz Eusébio e Marta Baião e produção geral da Pião Produções Artísticas, a peça Ouvindo Vozes narra a história de três clientes, como eram chamados os internos do antigo Hospital Psiquiátrico Engenho de Dentro, atual Instituto Municipal Nise da Silveira, localizado em Engenho de Dentro (RJ).
Em um local que foi especializado em tratamento de transtornos mentais e que serviu de base para os conceitos da luta antimanicomial encampada pela Dra. Nise Silveira, eles descobriram uma fagulha de vida e, por meio da interpretação dos atores Everton Santos, Rogério Nascimento e da atriz Juliana Morelli. Desse modo, o público acompanhou releitura destas histórias que desconstroem o conceito da loucura.
“Ouvindo Vozes é uma história que cabe ao espectador finalizar, conforme a situação exige reflexão de cada um. O momento é de transformar. Parafraseando o cordelista Chico Salles, falamos do bom senso expressado na loucura, desatino de um tempo desigual, onde se mistura estupidez com genialidade”, explica a diretora.
Para ampliar o debate, as sessões contaram com o acompanhamento de psicólogos e arte terapeutas para conscientizar o público sobre a importância da luta antimanicomial, ressaltada peça homenageada Nise da Silveira.
O projeto, que foi contemplado pela 2ª edição do Edital de Apoio a Projetos Culturais de Múltiplas Linguagens para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura, contou com apresentações realizadas em espaços públicos de forma gratuita em diversos pontos da Capital Paulista, como Sapopemba, Butantã e Itaim Paulista.
Além disso, uma nova temporada deve acontecer em 2024, abordando a mesma temática e ampliando o debate.
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