Todos nós estamos testemunhando um cenário inédito e de escala global. Uma pandemia causada por um vírus está deixando a sociedade aflita, enquanto governos tentam conter esse vírus que devasta sistemas de saúde ao redor do globo.
Diante desse capítulo marcante da história buscamos entender o que se passa no mundo e, nessa busca por informações, nem sempre descobrimos respostas animadoras.
Recentemente o biólogo Átila Iamarino fez um video com mais de uma hora de duração tratando sobre o Coronavírus e as projeções de cenários para o Brasil. Foi uma bomba! Em um dos cenários o número de mortos superava um milhão. Interpretar dados não é tarefa fácil.
Um cálculo de variáveis não leva em conta que esses números podem ser entes queridos que irão nos deixar. O polêmico cenário do milhão era o de Mitigação, no qual as restrições eram parciais e o transporte público e os comércios funcionavam apenas com restrições. Auxiliado por estudos dessa natureza governos estão adotando a medida mais radical: a Quarentena. Comércios não essenciais baixam as portas e o governo pede para todos ficarem em casa. Aqui no Brasil o estado de São Paulo já adotou a quarentena, a Itália decretou quarentena em todo território nacional.
Mas funciona?
Tudo indica que um infectado pode transmitir o vírus para até quatro pessoas, então se deixarmos as pessoas circulando livremente ou com restrições parciais o cenário pode ser o seguinte:
- Cada bolinha sendo um infectado circulando livremente ou apenas parcialmente sem quarentena o vírus pode chegar facilmente em mais de 50 pessoas em questão de dias ou até mesmo em um único dia.
Agora veja uma simulação com o cenário de quarentena:
- Se a pessoa infectada deixar de transmitir para quatro pessoas a redução de infectados cai drasticamente.
Já escrevi na coluna anterior que o maior problema do Coronavírus não é sua letalidade, a maioria dos adultos saudáveis consegue combater o vírus através de suas defesas naturais, mas mesmo alguns adultos saudáveis, às vezes, precisam de uma internação, some essas internações a um sistema de saúde que não possui leitos e condições para atender a todos e multiplique pela alta densidade demográfica de áreas de vulnerabilidade onde um indivíduo pode facilmente transmitir para grupos de risco que não possuem planos de saúde, e mesmo se possuírem a rede privada não disporá de leitos, equipamento e pessoal para todos os conveniados que possam aparecer precisando de tratamento específico e demorado.
Cruzando essas variáveis o numero trazido pelo biólogo Átila Iamarino é plausível. Embora seja desesperador!
A cultura pop está recheada de histórias nas quais os cientistas são deixados de lado por motivos escusos e a humanidade toda sofre até que se voltem para o cientista implorando por uma solução.
Até meses atrás filmes e séries desse tipo eram puro escapismo para algumas horas de diversão. Agora, diante da realidade não vamos deixar de escutar os cientistas. Pense em todas obras de ficção que você já consumiu, em alguma delas, o vilão é justamente aquele que dúvida dos nerds de laboratório. Não seja o vilão.
Informações:
canal do biólogo Átila Iamarino: https://www.youtube.com/channel/UCSTlOTcyUmzvhQi6F8lFi5w
imagem do texto: https://thespinoff.co.nz/politics/22-03-2020/siouxsie-wiles-toby-morris-what-does-level-two-mean-and-why-does-it-matter/
Destaque: Getty Images