Todo início de ano, o assunto no meio dos amantes da cultura pop fica circundando a órbita das premiações do cinema norte-americano. Com exceção ao BAFTA, que é o prêmio da academia britânica de filmes. Depois dos sindicatos realizarem suas cerimônias distintas, afinal a grande celebração fica por conta do Oscar.
A academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA realiza a premiação desde 1929 e escolhe, por meio de votação, os melhores de cada categoria. Nesta época, a diversão nas rodas de conversa sobre cinema é fazer apostas em quem vai subir ao palco para receber a estatueta dourada.
A premiação
A mega festa da Academia ganhou contornos nababescos quando a indústria de Holywood percebeu o óbvio, ganhar um Oscar pode render uns milhões a mais no caixa dos estúdios. Produzir filmes é um investimento alto, e, atualmente, poucos estúdios podem bancar uma película que não venha embalada em gêneros pré-estabelecidos ou por atores de peso em papéis descartáveis (Foi mal The ROCK, mas é verdade).
Então, premiar filmes com um estilo mais denso e, às vezes, sem grandes astros se tornou um caminho para os estúdios darem uma chance a diretores e roteiristas realizar obras autorais longe dos multiversos dos heróis, bruxos e vampiros, que dominam as salas de cinema no resto da temporada.
Não me interprete mal, eu sou apaixonado por filmes de fantasia, e se hoje escrevo sobre cultura pop é por causa dessas criaturas mágicas e cheias de super-poderes que me arrastaram para as minhas primeiras sessões de cinema. Não existe uma forma superior de cinema como alguns gostam de bradar quando sobem para receber o prêmio da Academia. Alejandro Iñarritu fez isso quando ganhou melhor diretor em 2015, mas existem formas de se contar histórias e, algumas histórias nunca seriam contadas nas telonas se não existisse uma premiação como o Oscar.
Logicamente, uma celebração que escolhe os melhores por meio de votação de milhares de membros de diferentes categorias tem lá suas controvérsias, eu mesmo não tomo o Oscar como padrão para ir ou não ver um filme, pouco importa em quem os velhinhos da Academia vão votar. Pra mim o mais interessante é a lista de indicados. Esse ano temos um panorama muito interessante, vejam:
1917 – filme da 1ª guerra mundial
Ford v Ferrari – filme de carro
Jojo Rabbit – filme da 2ª guerra mundial
Coringa – filme de palhaço
Adoráveis mulheres – filme baseado em livro
Histórias de um casamento – filme de casal em crise
Era uma vez em Hollywood – filme fantasia sobre uma época romântica em Hollywood
Parasita – filme asiático
O Irlandês – filme de mafia
Obviamente fiz um reducionismo irônico justamente para ilustrar o quanto as histórias que o cinema pode contar habitam os mais variados lugares. Por mais que alguns tratem essas obras como uma classe superior de cinema, não vamos deixar de lado o fator primordial de se assistir um filme: a descoberta.
Descobrir formas de se conduzir uma história, descobrir personagens, descobrir fatos históricos, enfim, descobrir o que nos era desconhecido. A jornada da existência humana tem mais graça quando nos permitimos conhecer novas aventuras, e o cinema está aí pra isso. E você ainda pode fazer tudo isso comendo pipoca sentado numa poltrona. =)
Foto: Divulgação