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sexta-feira, 17 maio, 2024
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Colunista Gabriela Freitas Esportes O batom no esporte O batom no esporte by Ju Bontorim e Gabriela Freitas Principal

‘Frescura’ ou autoconhecimento: Vivemos na era da saúde ou da doença?

A temática não é recente, muito pelo contrário, a cada ano torna-se mais crucial o debate sobre a importância da saúde mental, seja para fins pessoais ou profissionais, ter equilíbrio faz diferença, além do mais quando se trata dos rendimentos de atletas de alto nível. 

O psicólogo idealizador do projeto PSIU “Desperte para Vida – Saúde Mental Para Todos”, Edson Carlos assegura que compreender os ideais que levam uma pessoa a competir em modalidades esportivas pode ser crucial em momentos decisivos, por exemplo em eventos de destaque, como foram os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, jogados em 2021. 

“Uma pergunta que os atletas devem fazer para eles mesmos é se praticam o esporte por eles ou por alguém. Muitas vezes jovens entram numa modalidade e não fazem por eles e, sim, por algum parente próximo que não conseguiu realizar o sonho de ser profissional. E isso impacta na preparação mental e, consequentemente, no autoconhecimento”, afirmou. 

Segundo o profissional, a pessoa deve respeitar as limitações do seu corpo, seja física ou mental, e se as cobranças a fazem evoluir ou piorar, quando trata-se de rendimento. 

“Por que você deve se preparar mentalmente para um desafio esportivo? Você tem essa resposta? Então já deu um grande passo. É preciso respeitar seus limites e seu papel dentro de um grupo”, orientou. 

 

Casos atuais

Atualmente falar de depressão ou aspectos mentais pode ser mais compreensivo por parte da população, se comparado a alguns anos atrás, mas ainda não é fácil para muitas pessoas. Além do preconceito, existe a questão de ser considerada uma fraqueza e não um caso passível de ajuda médica. 

Nas Olimpíadas Tóquio 2020, o episódio da ginasta americana Simone Biles, de 24 anos, ganhou, literalmente, milhares de “views”. A esportista decidiu não competir nas finais da ginástica feminina por equipe e na individual geral, a decisão veio após orientação médica e por sentir-se pressionada psicologicamente. As notícias correram o mundo em uma velocidade avassaladora e abriu mais uma vez o debate sobre a saúde mental. 

“Ela [Simone] foi um marco nas Olímpiadas, pois ela despertou a necessidade para o cuidado da saúde mental. Em minha opinião, foi ouro em seu papel”, salientou Edson.

Durante a realização dos jogos olímpicos, Simone foi questionada sobre sua decisão. Em uma reportagem compartilhada pela CNN Brasil, a atleta comentou sobre a repercussão. “Temos que proteger nossas mentes e corpos, não é apenas ir lá [competir] e fazer o que o mundo quer que façamos. Nós não somos apenas atletas, no fim do dia nós somos pessoas, e às vezes temos que dar um passo atrás”, disse a norte-americana.

Outros atletas também compactuam sobre a pressão que sofrem e o “start” para depressão. Em maio de 2020, a tenista Naomi Osaka, 23 anos, que acendeu a pira olímpica em julho, anunciou  a desistência no torneio Ronald Garros, na França, devido estar preocupada com a saúde mental. “Tudo bem não se sentir bem”, relatou para a revista Time 

Psicólogo Edson Carlos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Além disso, o maior campeão olímpico de todos os tempos, com 23 ouros, duas pratas e três bronzes, Michael Phelps, 36 anos, admitiu, pouco tempo após o torneio mundial de 2012, em Londres, ter pensado em suicídio.

O rendimento de alto nível de um atleta exige diversos aspectos para que os resultados obtidos “casem” com as expectativas antes de cada competição. De acordo com Edson, é essencial o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, com psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, médico e outros profissionais, que envolvam os aspectos saudáveis de uma pessoa. 

“É importante colocar na balança os limites das dores física e mental. Algumas vezes os atletas chegam no limite da dor física por um prazer emocional. Reforçando: Por que você participa do evento ou pratica o esporte? A partir daí siga sua decisão com equilíbrio”, concluiu.

 

 

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